Wednesday, May 30, 2018

Paranoia



     Frio na barriga, tremedeira, palidez e gaguejo. Tudo acontece,  com o que seria uma coisa ''fácil'', apresentar um trabalho é pior, mas do mesmo jeito ter que perguntar as horas é muito ruim. O pior de tudo é tocar em alguém por acidente e passar a vergonha de ter que rapidamente desencostar e ficar corada. O mundo tem muito contato a toda hora, por mim eu poderia viver numa bolha e só sair numa necessidade estrema de um abraço, e apenas em pessoas que realmente conheço, não em uma pessoa que diz ter me pegado no colo quando bebê. O avião é um espaço horrível! Tem uma grande chance de alguém que eu não faço ideia de quem é, sentar ali, centímetros de você, e ainda o risco dela puxar assunto!  Me arrepiei só de pensar. Minha mãe quer me botar no teatro para eu "deixar de ser tímida"... Por quê?! A paranoia me segue, não consigo me trocar de janela nem porta aberta mas isso é questão de privacidade e insegurança. Também odeio ser a primeira, em qualquer coisa, você não tem nenhuma base, não pode copiar...e se for ruim?! Todos vão cochichar... credo!

Monday, April 23, 2018

Menstruação....


       Com a mancha cada vez maior, e com a sensação de não conseguir correr dos pesadelos, a menina já rotulada de mocinha viveu a adrenalina, medo e um sentimento parecido com vergonha  entre suas veias, com passos lentos e trêmulos, ela vai até sua carteira. Como se sua pressão abaixasse, tudo fica embaçado e os sons com eco. O cutuque da amiga e o som do seu nome, como um chamado, não era eficaz para a atenção da menina. Com a ajuda da professora a menina sai da sala e caminhando lentamente vai até a sala da diretora, e como um sussurro da professora para a diretora, ela pede que liguem para a mãe da aluna. Quando a mãe abre a porta do carro, é possível notar um grande suspiro vindo da menina. Com passos rápidos entra no carro e o silêncio toma conta do ambiente. Isso faz com que a menina tenha tempo de pensar em todas as possibilidades do que possa acontecer no dia seguinte. As frases, perguntas mais temidas pela menina, são "Você melhorou?", "O que aconteceu?" , "Porque você foi embora?". Ter que explicar o que aconteceu, e provavelmente vai continuar acontecendo por 50 anos, é um pesadelo em sua mente. Depois de pensar o silêncio que, por torcida da menina podia durar até sua casa, foi quebrado pela tentativa de ajudar, a mãe fala as piores palavras possíveis para o momento, "Que orgulho, minha filhota já é mocinha!!". As palavras foram tão inesperadas e tão ruins que a menina não conseguiu dizer nada.
       
       Não é como se  fosse a pior coisa do mundo, mas sabe, se não existisse, seria muito mais fácil não acha? Eu com certeza não estou animada para esse "evento" acontecer. Pode parecer drama, mas é só uma questão de não querer crescer.
   


Paranoia

     Frio na barriga, tremedeira, palidez e gaguejo. Tudo acontece,   com o que seria uma coisa ''fácil'', apresentar ...